Autodisciplina é superestimada

O que é autodisciplina? É a capacidade de se controlar e trabalhar quando você prefere fazer outra coisa. Por exemplo, estudar para exames durante os jogos. Terminando uma reportagem sobre encontrar seus amigos para um drinque. Praticar exercícios na academia do que descansar em casa.

Autodisciplina é sinônimo de autocontrole , porque você está essencialmente se controlando para fazer algo que não deseja. Ser autodisciplinado é ser um “discípulo” de si mesmo.

Muitos gurus da autoajuda falam sobre a autodisciplina como a chave para o sucesso. A autodisciplina é vista como boa porque “nos dá controle” e “nos torna seres racionais que não são governados por suas emoções”. Stephen Covey afirmou que a disciplina é uma das quatro características que fazem grandes líderes, dizendo: “Os indisciplinados são escravos de humores, apetites e paixões”. 

Algumas pessoas veem a disciplina como a chave para seus problemas. Então, eles acreditam que, se forem mais disciplinados, atingirão seus objetivos. 

Parece que as pessoas que não têm autodisciplina estão destinadas a ser preguiçosos e pouco ambiciosos, que fracassarão na vida.

Autodisciplina é superestimada

Pessoalmente, acho a autodisciplina superestimada. Embora seja útil ter disciplina, ser disciplinado definitivamente não é tão importante quanto o que algumas pessoas afirmam ser.

Para mim, tenho muito pouca autodisciplina. Não gosto de ser submetida a controles ou restrições. 

No entanto, minha falta de disciplina não me impediu de fazer as coisas ou de alcançar meus objetivos. 

Embora a autodisciplina seja útil, descobri que a disciplina não é a melhor maneira de abordar objetivos, por dois motivos:

1. Em primeiro lugar, embora a autodisciplina faça o trabalho, ela não o ajuda a alcançar seus melhores resultados . Isso porque você precisa se esforçar para superar a inércia inicial de não querer fazer uma tarefa. Ao realizar tarefas que odeia, você está essencialmente se forçando a realizá-las o tempo todo.
   
2. Em segundo lugar,  usar a autodisciplina é como se tratar como um zangão ou animal . Forçar-se repetidamente a fazer coisas que você não gosta é uma maneira terrível de viver a vida. Imagine se forçar a cada dia para fazer as coisas. Viver se torna um processo entorpecente. Você não é um animal de circo; sua vida não consiste em se chicotear para fazer coisas. Por que levar uma vida tão desgastante?

Mas se autodisciplina não é a melhor solução, então qual é? Certamente precisamos de algum controle quando nos falta disciplina?

A falta de autodisciplina não é o problema real

A verdade é que a falta de autodisciplina não é o problema. Pense nisso – por que a autodisciplina é necessária em primeiro lugar? É porque falta vontade na tarefa. É por isso que você precisa se esforçar para fazer isso.

Então, o verdadeiro problema é sua falta de desejo pelo que você está trabalhando . É para isso que você quer olhar.

A definição errada do problema é por que muitas pessoas lutam com questões disciplinares, apesar de todos os materiais de autoajuda disponíveis sobre disciplina. 

Então, quando você define o problema da maneira errada, você nunca pode resolvê-lo. 

Como Albert Einstein disse uma vez:

“Nenhum problema pode ser resolvido do mesmo nível de consciência que o criou.”

Quando você não tem vontade de fazer algo, a resposta não é se chicotear com disciplina. A questão aqui é: “Por que você não tem vontade de fazer isso?” 

Porque, se você puder entender por que não tem desejo para essa tarefa, poderá enfrentá-la. Você não precisa mais depender da disciplina para seguir em frente, mas de entrar em contato com o seu ilimitado reservatório de desejo.

Enfrentando a falta de desejo

Como você pode lidar com a falta de desejo por uma determinada tarefa ou objetivo?

Etapa 1: Seja claro: Por que você deseja fazer a tarefa?

Digamos que você queira perder peso. Você planeja fazer exercícios três vezes por semana: segundas, quartas e sextas-feiras. No entanto, quando chega a hora de se exercitar, de repente você sente falta de motivação. Uma onda de preguiça o atinge e você decide que prefere assistir TV. Neste ponto, pare por um segundo.

Em primeiro lugar, pense na época em que você criou o plano de exercícios. Esclareça sua motivação por trás dessa tarefa . Por que você quer / fazer exercícios? É para perder peso. Por que você quer perder peso? É para parecer mais atraente? Para se tornar mais saudável? É para melhorar sua autoimagem? Esclareça o motivo.

Etapa 2: Identificar seus gatilhos situacionais

Em seguida, identifique os momentos em que você está mais motivado para fazer isso. O que aconteceu durante esses tempos? Onde você estava? O que você estava fazendo? O que desencadeou seu desejo de fazer isso?

Por exemplo, pode ser quando você estava olhando no espelho e viu uma barriga maior do que na última vez em que se lembra. Pode ser quando você tentou usar essa calça e ela parou de caber. Pode ser quando você viu este relatório de saúde sobre o aumento do risco de diabetes entre pessoas com sobrepeso.

Portanto, pense profundamente e identifique os momentos em que você foi acionado para fazer essa tarefa. Esses devem ser os momentos em que você se sente mais fortemente sobre isso. 

Então, quanto mais claro você estiver em seus gatilhos, melhores serão seus resultados para a próxima etapa.

Etapa 3: Reconecte-se com seus desejos

Depois de identificar os gatilhos, replique-os da melhor maneira possível . Por exemplo, se o seu desejo de perder peso surgiu quando você estava se olhando no espelho, volte para o espelho e olhe para si mesmo novamente. 

Se foi pela leitura de um relatório de saúde específico, consulte o relatório novamente. Se o relatório não estiver disponível, pesquise no Google os efeitos da obesidade na saúde. 

Você também pode reproduzi-lo por meio da visualização – fechando os olhos e visualizando os efeitos negativos se você não melhorar sua saúde.

Portanto, a intenção é recriar os mesmos estímulos que o iniciaram neste objetivo e, no processo, reconectar-se com suas emoções e motivações para o objetivo.

Etapa 4: Atinja seus desejos internos

Dependendo de quão bem você replicou os gatilhos, sua motivação original deve ressurgir. Conecte-se com essa emoção. 

Você vai sentir vontade de fazer exercícios imediatamente e esquecer porque sentiu preguiça para começar.

Aqui está o truque:  a motivação que você tem para a tarefa está sempre presente o tempo todo . Isso simplesmente foi enterrado no curso de sua vida diária, enquanto você era bombardeado com pensamentos e emoções sobre outras coisas. 

Este exercício ajuda o seu verdadeiro desejo a ressurgir e permite que você toque nele. 

Você descobrirá que quanto mais faz o exercício, mais em sintonia estará com o seu eu interior. 

À medida que sua conexão com seu desejo interior se torna mais forte, você não precisará mais usar este exercício para começar suas tarefas.

Autodisciplina como ferramenta complementar

Entretanto, haverá situações em que a autodisciplina será útil. Por exemplo, quando você enfrenta bloqueios com seu desejo interior. Ou quando você é obrigado a fazer coisas que são extremamente indesejáveis.

Mas, em suma, a autodisciplina deve ser usada como uma ferramenta complementar . 

Entretanto, não deve ser a solução ideal para tudo. 

Então, no final das contas, a disciplina é uma solução de curto prazo. Para criar seus melhores resultados, você precisa se conectar com seus desejos reais. O que encherá sua vida de paixão e alegria é conectar-se com suas motivações internas.

Seguindo em Frente

Na próxima vez que você tiver uma tarefa que não deseja realizar, não se force a fazê-la com disciplina. Em vez disso:

1. Identifique sua razão para fazer a tarefa. O que é?
2. Esteja ciente dos contextos ou estímulos que levaram à sua decisão de fazer esta tarefa.
3. Simule esses contextos e estímulos o máximo possível para induzir novamente seus desejos.
4. Por último, toque em seus desejos internos.

Quando você começar a fazer isso, descobrirá que não sente mais resistências internas. Você estará focado em dar o seu melhor em tudo o que fizer, porque você quiser . Você descobrirá que canalizar seus desejos é uma maneira muito melhor de viver a vida do que a rota da autodisciplina.